sexta-feira, 4 de dezembro de 2015

O início, a Noruega

De repente me vi sozinha dentro de um avião atravessando o Oceano Atlântico. Era minha primeira viagem ao exterior.
Lembro-me de quando passamos em Amsterdã para fazer a conexão a Londres e aquilo parecia ainda que era um sonho. Vi neve lá em baixo, mar e neve, algo então, um pouco estranho para mim.
As lembranças da chegada ao Heathrow em Londres certamente nunca serão apagadas. E eu com aquele mochilão que não queriam despachar ia de um guichê a outro da companhia britânica. Precisava pegar o avião para Manchester e, ufa, foi despachado – percebi daí o quanto poderia ser independente e quanto sabia inglês de verdade.
Ao chegar ao aeroporto de Manchester, encontrar minha amiga, mal podia acreditar que estava em terras europeias e que estava andando em um ônibus de dois andares, típico britânico.
Tantas vezes a viagem à Noruega foi cancelada devido ao mau tempo e tantas vezes tive que falar, por telefone, com a companhia britânica.
O mau tempo significava muita neve. Quando cheguei quase não havia nada, mas em uma noite começou a nevar tanto que minha amiga me chamou para irmos ver a neve caindo e foi uma brincadeira, uma novidade, uma memória a ser guardada para sempre.
A neve  que antes era alegria, agora tornara-se transtorno. O vôo da companhia aérea britânica para Oslo havia sido cancelado duas vezes , e eu, do celular e em inglês, sempre remarcando e o mesmo com o hotel naquela cidade.
Até que, enfim, estava com os pés no Aeroporto de Oslo, mostrei meu passaporte e fui recebida com um sorriso que há duas décadas sonhava em conhecer. Minha vontade era gritar: Estou na Noruega! – Um país rico e tão lindo.
Peguei um táxi e fui para o hotel. No dia seguinte eu tinha uma excursão marcada. Liguei o despertador  do celular, mas havia esquecido que estava uma hora a frente de Manchester. Acordei já com o dia claro, olhei de minha cama para fora através do vidro e pensava comigo mesma: “Estou em Oslo” – havia chegado à noite e agora via a cidade iluminada e clara. Percebi  que estava atrasada, saí correndo para tomar meu café e a pé procurei a prefeitura de onde sairia o ônibus da excursão.
Era inverno, a cidade coberta com neve e com poucos turistas. Além de mim, apenas um casal português e um escocês..
O ônibus subiu a montanha, vimos a pista de esqui quase no topo dessa montanha e lá de cima a cidade, uma vista tão linda.. Lindo era ver a neve branca, os pinheiros verdes, o sol e o céu azul. Cores que se completavam e embelezavam ainda mais a vista.
Passear pelo parque Viggeland, ver as esculturas de pedra com a neve, conhecer a Noruega por um museu justamente chamado Museu da Noruega, comer um doce típico norueguês e terminar o dia assistindo ao pôr-do-sol  no Mar do Norte às 3h:30 da tarde.
No dia seguinte, pegar um trem para uma cidadezinha próxima, o sol que ao meio-dia parecia ser ainda das 10h ou já das 16h. As casas que passavam, os varais congelados, uma paisagem magnífica. Andar pela tal cidadezinha a pé procurando seu museu em uma temperatura abaixo de zero, -15ºC. Conhecer o museu, passar por uma ponte por cima de um rio e vê-lo correndo em meio ao gelo, o sol, as árvores, tudo tão perfeito. E um povo sempre pronto a ajudar.

Descer do trem já no escuro, sozinha e ao chegar ao hotel saber que o vôo de volta a Manchester fora cancelado. E agora? O curso de aperfeiçoamento começaria em dois dias em Manchester. Tenteiligar do celular para a companhia aérea, mas falavam apenas em norueguês. Nãotinha jeito mesmo, era preciso tentar outra companhia aérea. Do quarto, com Wi-Fi mesmo que paga, foi fácil entrar na internet pelo laptop e comprar uma passagem que fosse direto à Manchester, sem passar pelo Heathrow em Londres. Foi feito. Fui pela companhia escandinava. Era uma companhia barata, os lanches eram comprados e arrisquei meu pouco norueguês ao perguntar o custo.

Oslo - Parque Viggeland


Kongsberg


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