sexta-feira, 4 de dezembro de 2015

Alemanha

Estando na Europa e tendo parentes na Alemanha, por que não ir visitá-los? Pegar um avião de Manchester a Hannover, para de lá ir de trem a uma cidadezinha chamada Wennigsen.
Ao chegar no aeroporto alemão, procurar e procurar a Estação, perguntar a um funcionário que não entendia inglês, a sorte foi saber falar um pouco de alemão. A Estação? No subterrâneo do aeroporto, sem ninguém. O bilhete era vendido por máquinas automáticas.
Um trem chega, como saber se era aquele se não havia nada escrito? Ao entrar nele havia dois senhores. Se os funcionários jovens do aeroporto não sabiam inglês o que dizer de dois senhores? Mais uma vez arranhei meu alemão...
O trem partiu e o logo a chefe veio conferir os bilhetes. Me disse algo rápido que não pude entender. Com uma “cara de ponto de interrogação” arrisquei o inglês e ela entendeu, explicando-me que o bilhete deveria ter sido carimbado  em uma “caixa azul” ao lado da bilheteria eletrônica. Agora eu sabia desse pequeno detalhe e não esqueceria da próxima vez, caso contrário, teria de pagar 40 Euros. Troquei de estação, fiquei em uma plataforma aberta e fria, além de vazia esperando o outro trem. As informações na Alemanha não são tão claras como na Inglaterra nas estações de trem, o mesmo na Noruega, sendo que nesses dois últimos países todos falam inglês.
Cheguei à cidade mais cedo que havia combinado com meus parentes que viriam me buscar. Meia hora mais cedo. Esperar em uma plataforma aberta num frio de -6ºC não dava mesmo. Olhei ao redor e a única coisa que vi aberta foi um bar que tabém servia pizzas. Resolvi entrar e, mais uma vez em alemão, comprei uma água e comecei a escrever em meu diário de viagem. Meia hora se passou e fui novamente à plataforma, do outro lado, o carro dos parentes indo embora... E agora? Eles voltariam? Eu pensava que sim. Fiquei na porta do estabelecimento, uma porta de vidro que poderia ver as plataformas lá fora. Havia só funcionários por ali e cheguei a falar com um, simpático. Mais meia hora se passara (cheguei às 17h e já eram 18h), já era noite e eis que vejo os parentes na outra plataforma, acenei, eles gritaram meu nome e estava tudo resolvido.Passei o final de semana lá, submersa no alemão, comendo e vivendo tipicamente. A cidade, uma graça, dava para apenas andar a pé e foi o que fizemos. Conheci a casa onde minha vó nasceu, ainda intacta e agora era um Café da família. Lá tomei um schnaps bebida típica e forte de lá, também conheci a igreja onde meus bisavós casaram e onde minha vó materna foi batizada. Foi muito bom ter contato com uma história tão antiga e que, ao mesmo tempo, tinha ligações com a minha própria história.
Como eu passara só um final de semana lá, no domingo, de carro com uma prima fui conhecer Hannover, uma cidade linda com as prefeituras nova e velha. Na nova é possível ver maquetes de como era a cidade antes da guerra, depois da guerra e hoje. Inacreditável como ficou tão destruída e como foi tão bem reconstruída pelos alemães.Há até as ruínas de uma igreja para que o horror de uma guerra possa sempre ser lembrado. De lá, de volta à Wennigsen e pronta para pegar o trem. Bilhete comprado na máquina e devidamente carimbado na “caixa azul”. O trem chegou e minha prima disse para lá dentro eu perguntar se aquele que iria mesmo para o aeroporto de Hannover... Foi o que fiz, mais uma vez em alemão, e o povo simpático disse que não, que eu teria que descer na estação central de Hannover e pegar outro... Uma estação central lotada de gente, eu preocupada com meu voo que não tardava a sair, comprei o bilhete logo e acabei esquecendo do carimbo na “caixa azul”. Meu trem chegou e à minha frente havia um rapaz que começou a conversar comigo em alemão, eu disse que não falava muito essa língua, mesmo assim saiu uma pequena conversa. O mais importante foi que, ao passar a chefe de trem perguntou-me sobre o carimbo e eu falei em inglês, ela não entendia. Então o rapaz disse a ela que eu era estrangeira...Ufa! Quase que tive de pagar 40 Euros depois de ter pego um trem errado... Isso era só o começo...
Chegando ao aeroporto, fiz o check-in e esperei o avião. Entrei e logo ele começou a taxiar e taxiar. O piloto avisou que estávamos com problemas que iriam tentar ser resolvidos. Depois de um tempo. Nada. De volta ao aeroporto. A companhia aérea pagou o hotel ao lado (dentro do aeroporto) e nos levou até lá. Eu estava exausta. Era um hotel muito bom, um ótimo quarto e no banheiro, uma banheira para relaxar. Era tudo o que eu precisava.
No dia seguinte de manhã, de volta ao aeroporto e meu visto cancelado, quase deu problema. Mas entenderam na alfândega. Menos mal...

Ao chegar em Machester, fiquei na fila dos “outros” que não eram britânicos e nem europeus. Muitos árabes. Eu era a última da fila e ali fiquei, até que um funcionário me levou para uma salinha e disse que portar drogas era ilegal e tal. Eu falei que sabia, pois, no mundo inteiro é assim. Ele abriu minha mala (bagagem de mão) e viu tudo o que tinha, inclusive remédio homeopático para circulação, assim expliquei. Ele disse que iria ver, entrou em outra salinha e voltou. Tudo estava o.k. E eu, tendo também a cidadania italiana, jurei para mim mesma que nunca mais viajaria a Europa com passaporte brasileiro...

Wenigssen


Hannover


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